coisa que de que já lera várias descrições e com que muitas vezes sonhara. Tal como o pesa-papéis em vidro ou as lengalengas meio esquecidas do Sr. Charrington, o vinho pertencia ao passado romântico desaparecido, aos tempos de antanho, como gostava de lhes chamar em secretos pensamentos. Sem saber porquê, sempre pensara que o vinho tinha um sabor extremamente doce, como a compota de amora, e efeito imediatamente inebriante. Mas afinal, ao engolir o conteúdo do copo, ficou francamente desapontado. Na verdade, ao fim de tantos anos a beber gin, mal conseguia sentir o paladar do vinho. Pousou o copo vazio."
George Orwell, Mil novecentos e oitenta e quatro
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