domingo, 1 de abril de 2007

A Mancha - Manifesto

A mancha fará o seu primeiro contacto entre a neblina e seu vultos do vagar, por entre o firmamento e energia celestial.
Passo a passo, passeia-se entre o dia e o constante rebobinar, renascimento de balouço ascendente, reflexo aberto à fornalha, o Poente é um som maiúsculo e abstracto que fornece jorros de calor abertos ao abandono. O Sonho é um estado de consciência ausente, e seu pundonor, uma brasa de ferro perpassando toda uma coluna, cervical e romanesca, unindo-a nesse acto de purgação.
Entretanto um pato grasna no meio da praia, e segue em direcção ao mar. assume proporções decibélicas, reflexo da sua essência animal e esculpe no seu silêncio o impacto absoluto da sua importância.
O segundo contacto é, por entre o assombro e a pacatez, entre o assédio e sua aceitação, trazido de olhos abertos numa torrente, rasgam caminho a Guadalcanal, lentamente até desaparecer, assumindo um Universo de paranormal, filme a 35mm, raias, choques, entroncamentos entre titãs, meteoros e rotação.
Integrado em toda a paisagem, o circundante é todo ele um só desespero e vontade de pernoitar.
O pato desata então a correr. No extenso areal imprime a sua marca pessoal, permitindo que vejam a sua passagem e sigam atrás dele.
O terceiro contacto é precedido de uma longa espera. É contacto extracontacto. Tudo se torna ausente. É contacto fora de um real contacto.
Há uma bola maciça de tempo, além e aquém de todo e qualquer valor, real e irreal contrabalançada numa dança em se manifestar. É o turbilhão do nada que levita e gravita sobre si mesmo deixando entrever um seguimento lógico para todas as coisas.
O pato explode sujando a cara de quem se aproximou para o ver.
A MANCHA MANIFESTO – DESAGRADO VÓMITO
DE QUEM COME
A SEU LADO sentado e de costas erectas procura apenas fechar os olhos e encontra um ponto de referência
Uma mulher de pernas abertas também tenta fechar os olhos enquanto que com o dedo toca o ponto g da sua feminilidade
Volumosa
E
Carnal
Não se pode ser contra o prazer anal
Nem qualquer outro deleite
O último contacto é deixado livre entre devaneios e silêncios de cores de imperturbáveis manhãs fitam-me nos olhos delírios da matutina vergonha de sílabas, apetrechado de sal vinagre, lamento diapiro, celulóse de massa anticiclal, fulgor delapidante e xaroposo. Apolirio sacramento, balulóide e primavera. O pifo primordial e safadeza afaliíi e xapaápatá. O dia começa. Eis pois o acordar. É pois ao acordar que me sinto quente. É pois ao acordar que me sinto mais ausente. É pois ao acordar que me sinto muito quente. È pois ao acordar que me sinto muito quente. É pois ao acordar que me sinto quente. É então ao acordar que me sinto quente. É pois ao acordar que sinto quente. É pois ao acordar que me sinto quente. É pois ao acordar que me sinto quente é pois ao acordar que me sinto quente. É então nesse momento em que acordo que me sinto quente. É pois então ao acordar que me sinto quente. É então que acordo e fico quente. Acordo e fico quente e fico ausente e quente. Acordo e fico quente. Acordo e fico quente. É pois então ao acordar que me sinto e sento em cima da cama ouvindo o crepitar da lareira lá ao longe na sala e fico quente. É então que acordo e fico quente. É então nesse momento em que acordo o que fico quente. É então ao acordar fico quente. É pois ao acordar que me sinto mais quente

Um comentário:

Almas Duras disse...

Sim senhor...
tás bonito!