segunda-feira, 14 de abril de 2008

The beginning is the end

O último homem na terra tem de saber mexer em todos os botões sem se atrapalhar. Isto produz uma grande responsabilidade pois, se a sua missão de propagação da espécie humana através de uma simbiose, que se quer perfeita, entre homem e máquina, for interrompida por um erro de pormenor, o futuro da espécie entra em colapso.
O esperma é hoje impelido para dentro de um recipiente amniótico cuidadosamente programado para exercer as funções de incubadora e produtor de sémen. Neste sistema de impulsos electrónicos é manualmente impelida e ejaculada inteligência para que a máquina saiba o que fazer.
A descoberta dos antibióticos permitiu ao homem pensar numa nova vida eterna e imaculada (sangue, suor e Cristo). A fracção a que um dia se chamou alma foi finalmente materializada. Agora que o espírito é real, o livre-arbítrio é despojado de todo o seu sentido.
Esta novidade permite ao homem viver durante mais anos e com uma dita “maior qualidade de vida”. A dependência nos fungos deu azo a uma metamorfose e ao consequente surgimento de uma nova sub-espécie humana ainda por catalogar. Mais um passo para um ser menos animal.
Sabe-se que a nave explodirá a qualquer momento. Milhares de fragmentos serão projectados pelo Universo fora. Finalmente: a propagação infinita da espécie. Em breve tudo será diferente. Tudo será nosso.
Alegremo-nos donos deste Planeta – a destruição será permanente.

Nenhum comentário: