Há uma grande floresta existencial de dúvidas que tem de ser atravessada. Para tal propósito, passa a meio a água corta rochas que não se percebem se pedra ou nenúfar. Só se sabe ao serem pisadas que existe o perigo destas se transformarem em crocodilo. Quem gosta de adrenalina tenta a façanha. A morte não os preocupa. Ondas em lagos teimam em não chegar. Outros, plácidos a observar a travessia. Nunca mais o som forma gelo no Inverno. É o mesmo rachar sólido da Natureza gela. Transeuntes sombras entre o ramalhar do arvoredo. Mais novas as folhas que entre si roçaram dão lugar a outras e por aí Primavera que o Alfredo sempre gostou da chuva mas por mais que não chova a água teima em permanecer. O lodo é agora salvação. O nosso Pé começa ante pé a correr. A paisagem de ossos répteis secos permite uma passagem. A família de Alfredo já se salvou menos um cansado de tanto andar. Deixou-se permanecer na moldura. Ao longe devem já as estrelas estar quando quase um caleidoscópio a chegar pago a menos de um euro por minuto transmuta em nós as cores onde pelo menos nessas tonalidades somos todos Alfredo e companhia. Celofane entre as gentes mais abastadas que compram para ver o que querem. Os menos afortunados contentam-se com papel vegetal engordurado. Rasgam o que se aproveita e tapam o óculo da máquina maldita numa tentativa desesperada de ver outra realidade. Nisto, todo o objetivo é o mesmo. Garantir a subsistência. Por vezes não. Aí, garanhões encorpados cavalgam a pradaria até se afogarem na pressa de qualquer coisa que não sabem bem o quê. É o instinto a chamar. As memórias ficam presas ao fundo do cérebro e não servem para nada. Agem conforme o tempo. Ontem não choveu. O sol continua forte e o gelo não quebra, dilui-se e ninguém repara nem se lembra que ele alguma vez existiu. Gosto mais de estar nas esplanadas a ver o tempo passar. Sempre se bebe umas cervejas de litro. Baratas até se dizer não, não tenho mais dinheiro. É ir para casa e por lá ficar. No supermercado são mais baratas. Noutra imagem surge campo o fundo da luz janela prédio parede fica estampa lá o carro montra prejuízo garagem de porta verde basta um clique no comando e abre-se a porta estaciona-se lá dentro o automóvel. Será que ele chora quando as luzes se apagam e fica fechado no escuro? Espero que não. Não saberia chorar com ele. Não sei chorar com ninguém. Não fiquem tristes por isso mas acima de tudo não chorem. Já sabem que não sei reagir a isso. Beijem-se antes. Digam que se amam mesmo quando não. Aí é mais fácil. O contacto existe mas o sentimento não. Sempre é essencial parecer bem. Mais composto que toda a gente. Por vezes até o centro da atenção. Mas não todas as vezes. Só o suficiente para agradar. Obrigado. Gosto muito de estar consigo. Tenho até a impressão que nunca ninguém me fez sentir assim tão à vontade para esclarecer todas estas perguntas. Tem alguma outra questão a perguntar? Bem que me parecia. Aqui estou eu para lhe responder. Por vezes até iluminar. É que é mesmo fácil. Diria até barato. Lâmpadas regulares por baixo custo. Baixíssimo até. Quem? Você? Não! Diria mesmo que tem quase a minha altura. Um pouco mais baixa. Dá para se movimentar. Qualquer coisa é só pedir ajuda. Abra bem a boca e o resto já sabe. Alguém já lhe deve ter ensinado. Se não olhe, agora é tarde. Só não a deixe espreitar. Os seus braços são muitos e não se sabe por onde andaram. Talvez até mesmo ela tenha televisão. E outros objectos de valor incalculável. Pode ser até que ela se sente no chão e por aí ocupe todo o seu tempo. De resto é sorte tocar-lhe. Sentir seus músculos de leve e gostar, como quem gosta de si mesmo. E por aí ficar, lento, parado. Portas com trinco forte. Moldes em ladrilho. Escarradas no preposicional aquático. A saliva novamente. Desta vez portadora de doenças. Sangue. A peste mobilizadora. O anjo da sífilis vermelha. Brutal. Pronto para os destroços. E no meio desta toda beleza não mais que moscas a sobrevoar o espaço. Quero um desejo de ti vontade. Mundo. Mundos. Vários. Estilhaçados. Poluídos. Mais. Quero mais. Quero mais de ti. Silêncio. Quero um grito. Um filho. Moreno e pequeno. Pronto a desafiar o pai. Que desse conflito as forças fujam e alguém seja amputado. Os ossos comem-se ao pequeno almoço. Quando a carne escasseia o vento... corta. Não quero mais disto. Amanhã regresso. Grande e glamoroso. Como uma pena suja de veneno que toca na língua inerte que se deixa dormir. Saudades penduradas por fios finos e invisíveis. Que tudo o que come alimenta-se de terra. As energias do Ocidente desabam no Oriente e uma brisa quente e dengosa corre por entre nós. Haja vontade de crescer aos saltos e aos trambolhões. Descalço. Nú. Por entre o lodo e o pó. Crescer.
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