segunda-feira, 17 de novembro de 2014

(Nunca pensei que assim não poderia ser)

Alinhas as prisões que te hão de deixar imóvel, mas os imóveis estão caros por toda a sua especulação. Desatinas com os gajos que te hão de prender, porque sabes que as perguntas que fizeste são só coisas que gostarias de saber. Não lhes digas tu que reconheces a existência do Ser e, vagabundo por saber como tudo é, desilude-te a razão do ser que não foste ainda bem. Algemado à circunstância concreta da parede, tijolo e cimento, deitado no asfalto inundado pela intempérie, sapatos pesados pela chuva que caiu, secas os pés e espremes peúgas, compras sapatos que precisas. Amargos pelo dinheiro que olham que tens, poucos imaginam o trabalho que tiveste para o ter. Amor, isto é a vida pela manhã,
                                                                                                                morte às coisas simples que encarecem os imóveis, pois o lodo surge por todo o lado.

(Há uma prisão entre nós)

Há de voltar um novo respirar
uma Primavera
solta na parede
entre tijolos
abaixo os muros
dou-te um murro.
e enquanto achares que assim é que há de ser morres
e ressuscitas sabes lá como
e morres.

Abaixo os muros!

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