quarta-feira, 15 de julho de 2015

Mãos que afagam furúnculos arrancam espinhas de rosas.

A massajarem-me as costas, apercebi-me que não era exactamente aquilo que queria. Cresciam-me furúnculos nas partes dorsais que rebentavam quando queriam. Lagos de pus branco e sangue pestilento deixavam-me os amigos pouco à vontade, fugiam incomodados com o mau cheiro e aspecto das colónias de quistos que se amontoavam em erupções autónomas de sebo acumulado. Contudo nunca desisti de tentar encontrar a felicidade e a felicidade é tudo o que desconheço e na felicidade apitam campainhas de bicicletas que dizes que andas mas nunca te vi fazer. Mãos que criam rosas tomam conta de mim, arrancam-me versos ao desbarato. Amam o toque simples do Verão, libertam brisas florais nariz adentro. Cruzes que credo caem, embaladas pelo ondular do calor humano que aquece paredes que deixam o diabo à solta, cospe no Diabo que espreita, ele não é Homem para ti.

E pego nas rosas com os dentes e mordo-as com quantos destes tenho na boca e provoca-me um arrepio na espinha e desfaleço.

Fim.

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