segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Noir

No lugar onde sou mais alto que todos, quem sente a primeira gota da chuva sou eu. Quando finalmente a vejo, a chuva é o suor da gente que dança à minha volta. Há uma grande euforia na cidade de Lisboa, não sei se é das drogas que tomam, mas andam todos doidos. Ouvem-se porcos em loop às 17.00 horas ecoar em colunas de computador no centro de Lisboa, cidade milenar da bicharada, orgasmo múltiplo primordial. Múltiplas aparições de virgens de Fátima urbanas em cima de oliveiras, concentrações de suor a gotejar do tecto. Como sou sou mais alto do que todos os outros, só lhes vejo o cocuruto, nunca as caras.
Imagino o sorriso que têm.

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