sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Mijo de cão

Lucram esplanadas nos passeios de calcário,
espaços usurpados pela propriedade.

Nelas, pessoas paradas,
sentadas, pessoas excitadas pelo turbilhão do nada,
que nada faz, nada produz,
tudo compra.

As pessoas nada têm, de tudo precisam.

Erguem-se prédios, casotas para viver, sanitas de porcelana cagada limpas com piaçabas!

O trimestre finda com a conta da água, quem não paga não caga nem bebe.
Há que admirar as bestas que mijam pela rua. Nelas
encontra-se uma antiguidade sábia:

o mijo carece de capital e
o homem é um
bicho-besta
anormal.

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