Quanto menos se escreve menos se quer escrever. As palavras ficam confusas, atabalhoadas nas pontas dos dedos e custam a sair. Os próprios dedos desabituam-se de bater no teclado, imprecisos duvidam da direcção (com ou sem "C"?) a seguir. Entram aqui os estímulos externos ao autor. De forma a conseguir tomar decisões, assuntos e rumos para os seus textos este ouve música, lê noticias, revistas, romances, informa-se sobre o que se passa no dia-a-dia, o que se passou no passado, aponta rotas futuras. Estaria tudo bem se estes tais estímulos fossem trabalhados de forma sistemática, ritmada, ordenada de modo a que se consiga realmente elaborar sobre o assunto pretendido para que este atinja uma espécie de "Universalidade" e que todos consigam retirar a informação que, ou procuram ou encontram sem querer. Por isso mesmo todo o escritor que só escreva de vez em quando, quando a vontade lhe permite, arrisca-se a atingir apenas metade desta população, ou seja aquela que procura confirmar aquilo que já anda à procura e nunca aquela que encontra sem perceber. Assim, sou apenas um pequeno artesão das palavras, tecedeiro sem lã, vagabundo de orações coordenadas entre simples alternâncias, explicações e conclusões .
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