sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Ontem na noite.

Quando o Sol se pôe, subo a Rua da Bica de Duarte o Belo em busca de sustento. O trabalho escasseia e não há como recusá-lo. Como tal, fazem-se biscates aqui e por ali na cidade. O dinheiro entra a conta-gotas e, por antecipação à idade na qual recebem a pensão de velhice, os nouvelle artistas que aparecem pouco mais fazem do que cumprimentarem-se uns aos outros entre "ah , o que é a Arte, Arte, viste Arte, Arte, Arte?"
As incompatibilidades dos aparelhos de comunicação móvel é outro dos temas de conversa da clientela  velha com 21 anos de idade e falta de ópio e Macieira na verborreia alhei(r)a.
O desinteresse na noite reinou. Pensei na morte e nos resultados da provocação dessa fatalidade. Depois dos novos artistas apareceram as vedetas consagradas da TV e Teatro nacional, altas figuras da inconsciência coletiva, aborrecidas personagens convencidas da sua fulcral importância na cultura, qual cultura? A Lusitana. Pediram para ficar um bocado passado da hora de fecho, acedi e insistiram que tinham o direito a ficar mais tempo do que o tempo permitido. Obriguei-os a apagar os cigarros, a meter as bebidas em copos de plástico e fugi para casa.
Adormeci entre bicas e pensamentos suicidas.

Nenhum comentário: