sábado, 4 de janeiro de 2014

O perigoso estatuto do andaime

O perigoso estatuto do andaime,
desequilíbrio operário,
prova sem fim,
passeata por ferrugem molhada,
chuva escorregadia no sapato,
borracha amortecida em pedra,
calcário ensanguentado,
quebra-cabeças de turistas em acessos limitados à cidade.
O perigoso estatuto do andaime sustenta paredes que se agarram ao chão,
modas que impedem descobertas,
cimento armado no solo,
o arranque súbito da máquina contra a pedra,        o alisar do piso contra pés irregulares.

Ao inverso radical da loucura Municipal, o sonho da circulação sem queda - Ao abrasivo cheiro do dinheiro corporativo,  flutuar com a pele imaculada.

Admiremos a razão desnecessária do ser,
adormecidos por entre o cheiro radical dos ratos que saem das sarjetas em busca de comida
e as pulgas territoriais que deles saltitam e mordem
babas sobre babas e borbulhas infectadas.

O contrapeso admirável da inconsciência edificada,
paredes sustentadas pela constante erosão. O Homem
que por aí caminha em perigo constante,
a sustentabilidade ameaçada pelos recursos esgotados.

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