Parecia difícil prever tal cataclismo. Eras uma besta cheia de truques e baldruques mas gosto de ti assim, na boa, com a tua cabeça de oliveira a queimar na Cova da Íria, a aparecer em todos os pénis que encontro, onde quer que vás não me deixes cair em tentação, livrai-me do mal, conheço-te? Não te conheço.
O Amor elevava como quando deixar curtir o som e dançar até fartar de dançar - possesso. Sempre me saíste um grande trapalhão. A fazer erros irremediáveis. Hoje preferes longas passeatas às colunas erradas do coração. O amor contigo funciona de forma menos orgânica. Mais salino, mais alcoólatra, quase sem pressa de chegar, sem dares nada de ti. Império empírico dos sentidos... Volta a nós juntos como uma só pessoa. Unos. Agora um bocadinho mais para a direita, sobe mais um pouco, aí, agora, sim... É só saber que estás aqui comigo sempre. Um cruzamento de sabores quase alternativos vindos de dentro de ti molhados. Já nem as limas que os bolos de aniversário contêm nos conseguem salvar. Deixar de ser como roseiras ibéricas à roda da cabeça, andar sem vontade de dormir. Não nos deixaremos ficar impressionados, seja feita a nossa vontade, a morte é esquecer que ando apaixonado, e da distância de Deus eu quero uma longa exposição à claridade. Ficar fotográficamente manchado. Arrancar de mota e não mais voltar.
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