quinta-feira, 30 de julho de 2009

Pequena caminhada à beira-mar

Antigamente os postos de pesca principais estavam sobrelotados de pescadores que esgrimiam as suas canas de pesca que zumbiam a rasgar o ar. Hoje, pouco é o cheiro a peixe que ronda as grandes cidades, os pêssegos a cair pelas matinés apodrece ao longo da marginal e logo ao acordar fazem-se longas filas de jogging a flipar as cabeças. Pernas musculadas estremecem com seus passos potentes o chão. As mulheres ao longe transformam-se em homens e os homens nelas surgem como asas voláteis de encontro ao mar. O peixe, amedrontado, deixa de aparecer. Os olhos, turvos, vislumbram apenas a luz que do céu cai iluminando a outra margem. O Sul é já cá ao lado. Deitar na pedra e acordar. Felizmente que tudo não passa de uma ilusão. A fome é passageira e a pesca dirige-se ao talho mais próximo. É desta a vez que é. Armados até às guelras os peixes tomam de ataque o seu futuro. Rumo ao próximo capítulo - até já!

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