O piar dos pássaros
pára quando abro a janela da marquise e me sento no banco da mesa de
jantar.
A chinfrineira cessa, abafada pelo som do microondas que amorna a água.
(A sineta toca - breakfast
is ready)
Um andar abaixo
Um andar abaixo
(como era belo um poema com os pássaros a cantar)
sobem escadas,
a porta da
entrada fecha-se e entras com as compras nos sacos.
É meio-dia. Uns acordam, outros começam
a chegar.
Lia
“Receitas para gastrónomos requintados, do Paulo Plantier"
lia para aprender bom Português - é uma
pátria – dirias,
chegarás à cama quando um dia dormirás. Sabes que por agora aguentas,
levitas no colchão. Hás de ver MTV, gajas doidas a fornicar. Farás pior que
todas elas e por fim falas quando te dizem alguma coisa, mas as palavras não
são tuas, são automatismos da
cabeça que deitas na almofada.
O comando há de estar sempre nesta mão
até que acordas e não o encontras,
(a chorar)
outra vez.
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