Bebeu, fumou e cheirou até que se fartou. A cabeça despejou na sanita o
trabalho que não tinha conseguido arranjar. Despediu-se do antigo emprego que
não lhe dava dinheiro nenhum mas pelo menos pagava as despesas. Pensou que
estava selecionado mas não passou na última etapa. A Segurança Social não lhe
subsidiava o desemprego devido aos recibos verdes que tinha passado. Ela passou-lhe água pela
testa que acariciou com ternura. O autoclismo redemoinhou-lhe o vómito a vinho
e amêndoa amarga que ecoou pela casa toda, sobrepondo-se ao gira-discos que berrava (horas antes, já a vizinha de cima tinha batido à porta, furiosa,
de cabelo desalinhado e robe) música techno repetitiva e pós-minimal.
“Amo-te,
menino cavaleiro que arde” – Calou-se. Ele assim o quis.
Um comentário:
Vou-te ler mais pá! beijos PB
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