quarta-feira, 8 de maio de 2013

Knight of Wands

Bebeu, fumou e cheirou até que se fartou. A cabeça despejou na sanita o trabalho que não tinha conseguido arranjar. Despediu-se do antigo emprego que não lhe dava dinheiro nenhum mas pelo menos pagava as despesas. Pensou que estava selecionado mas não passou na última etapa. A Segurança Social não lhe subsidiava o desemprego devido aos recibos verdes que tinha passado. Ela passou-lhe água pela testa que acariciou com ternura. O autoclismo redemoinhou-lhe o vómito a vinho e amêndoa amarga que ecoou pela casa toda, sobrepondo-se ao gira-discos que berrava (horas antes, já a vizinha de cima tinha batido à porta, furiosa, de cabelo desalinhado e robe) música techno repetitiva e pós-minimal.
“Amo-te,
menino cavaleiro que arde” – Calou-se. Ele assim o quis.

Um comentário:

Unknown disse...

Vou-te ler mais pá! beijos PB