terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Um dia mais perto do fim.

Menos uma musa no
atlântico
Menos uma sardinha no oceano.
Já não é a primeira vez que
vejo um peido a sair do meu
traseiro (daqui a nada vai outro),
menos uma puta no mar.

Acordaste um dia a sentir-te mulher,
vomitaste os baldes ajoelhada nos ladrilhos das escadas que esfregavas até estarem limpas,
percorreste caminhos intermináveis de saliva com que falavas muito
andaste junto a mim em solavancos.
Cava
buracos com que te enterraste viva
silvas a te envolverem,
pequenas particulas de doença que te inchou e rebentou na cama de um hospital. Entretanto a terra seca e deixa poeira nas nossas mãos,
tubos que penetraram nas narinas,
veias cheias de sangue, água e soro - os vagabundos amam-se perdidamente quando fodem uns com os outros -
e a seriedade com que vivemos não nos deixa qualquer sentido.

Inicio agora a tua ausência,
lado a lado a caminhar -
e os homens riem-se de nossos passos desengonçados  (preferem as marchas ensaiadas),
mas a queda é o nosso ponto mais forte
e vencemos a tropeçar.

Um comentário:

Screamer disse...

Adorei as palavras não medidas, fodidas, profundas e assustadoras.

Parabéns pelo Blog.





:}}
visite o meu se gostar de filmes.