sábado, 5 de julho de 2014

Salada de cabidela

Levantas-te à hora do deitar. Ergues a cabeça  prolongando o tronco.  Sentes acalmar o escaldar do corpo e acordam um no outro. Levantas-te num esforço encalorado pelo Sol. Desabotoas-lhe a camisa com que cobre o peito. Desabotoas até abdominais esculpidos como estátuas de mármore. Despe-te o robe que cai. Viril o provocador  desejo de toque. Áspera a pele que se adivinha. Suave é o reflexo de medo, inevitável o alcançar do dente, caninos com que me comes.Rápida circulação do sangue. Ereção. Liquida a vital empalação do sádico. Sede. Arrefeces-me o cadáver que geme.
Doces  veias as do coração.
O vampiro dissipa-se na neblina. Ele evita até o luar, pois toda a luz lhe faz calor. Materializa-se sempre ao pé de alguém. Homem ou mulher não lhe interessa. Ele procura o momento em que a vida se esvai. O momento em que a Morte invade o ser humano. Aparece deitado a teu lado. Recto é o ângulo do braço com que agarra. Braço oposto no regaço. Leve torção da barriga. Felinos são os olhos com que vê.  Dedos entrelaçados. Mirrado fica o caralho outrora teso. Apertas o olho do cu.
Parte-te o pescoço num ápice.
Orgasmo final.
Eterno.

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